Mas, mais importante que o alinhamento político de cada um é recordar que um dos diplomas agora vetados é o que regulamenta a resolução de conflitos entre os cidadãos e o Estado.
Aprovado por unanimidade parlamentar, o novo diploma que visa alterar o regime de responsabilidade civil extracontratual do Estado foi devolvido ao Parlamento por o Presidente da República entender que este pode acarretar uma sobrecarga de trabalho para o aparelho judiciário e criar problemas de funcionamento da administração pública.
Em termos práticos significa isto que o PR estará mais preocupado com os problemas de aplicação prática (questões que são da estrita responsabilidade do governo de José Sócrates) que com a essência da proposta de lei, mas então porquê o veto? É que se há questões difíceis de explicar ao cidadão comum é a actual disparidade de responsabilidades que lhe são exigidas quando o Estado que ele integra goza de uma quase total impunidade.
Cavaco Silva bem podia ter escolhido melhores razões e melhor ocasião para usar o seu direito de veto, é que por mais que se venha a desdobrar em explicações o que vai ficar a pairar é real razão para novo adiamento na entrada em vigor de uma regulamentação que efectivamente introduza algum grau de responsabilidade nas estruturas da administração pública.
A vetusta prática do ”quero, posso e mando”, tão do agrado dos incompetentes e inconscientes que pululam um pouco por todo o lado (e pela amostra até na Presidência da República), parece apostada em persistir por mais algum tempo e agora com o beneplácito presidencial.
1 comentário:
As guerrinhas entre quintas e comadres, demonstram por onde andam os interesses do país nalgumas mentes decisoras...
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