quarta-feira, 12 de abril de 2006

TRISTE FIGURA!

Durão Barroso, ex-líder do PSD e ex-primeiro-ministro português, que abandonou o cargo para ocupar o de presidente da Comissão Europeia, não pára de realizar delicados números de equilibrismo.

Após ter declarado há uns dias a um jornal francês que errou ao decidir apoiar a invasão americana do Iraque, baseado nas falsas informações fornecidas pelos seus amigos Bush, Blair e Aznar, eis que ontem perante a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e em resposta a uma questão directa sobre o apoio da UE às eleições palestinianas de Janeiro e a posterior decisão de cortar a ajuda financeira aos territórios palestinianos, reconheceu que as eleições palestinianas foram livres e justas, mas subscreveu a decisão de suspender o apoio financeiro àqueles territórios, como mecanismo de pressão sobre a nova Autoridade Palestiniana.

Com esta resposta, digna de qualquer manual de estratégia política «made in USA» elaborado por qualquer dos relevantes “pensadores” neoconservadores, e perfeitamente concordante com os mais avançados conceitos do “politicamente correcto”, Durão Barroso não terá apenas melhorado a sua cotação na pandilha dos «unconditional USA friends» mas terá igualmente assegurado um lugar no coração de qualquer governo israelita.

Que nós já estávamos habituados a este tipo de “habilidades” de alguém que após uma empenhada militância num agrupamento de extrema-esquerda como o MRPP acabou como presidente de um partido liberal, dito social democrata, é uma realidade, mas haveria necessidade de vermos actuar na Europa “artistas” deste calibre?

Será que já ninguém se lembra da polémica provocada pela inclusão de Rocco Butiglione (designado por Silvio Berlusconi, outra inefável figura da lisura e ética política e convicto apoiante da política americana) na equipa de comissários que apresentou ao Parlamento Europeu?

Que a personalidade em questão é capaz de proferir, com a maior desfaçatez, qualquer tipo de diatribe, nunca tive dúvidas, mas ainda admiti que à assumida mudança de nome (de Durão Barroso para José Manuel Barroso) estivesse associada uma mudança de comportamento e de postura ética. Puro engano, nada mudou para nosso mal e do conjunto da Europa que nos vemos representados na cena mundial por tão triste figura!

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