A notícia de que
a «Economia
portuguesa cresceu 2,3% no segundo trimestre», veio confirmar uam anterior,
segundo a qual a «Economia
europeia abranda no segundo trimestre e cresce menos do que Portugal».
A boa notícia sobre
o comportamento da economia nacional reforçada pela ideia de alguma recuperação
face aos restantes países europeus, deve ser encarada com as devidas cautelas
que a recente informação de que os «Novos
créditos ao consumo automóvel e pessoal crescem 20% e atingem 547 milhões de
euros» mais que aconselha.
Não porque,
como irão prontamente relembrar os indefectíveis da “austeridade expansionista”,
estejamos a gastar acima das nossas possibilidades, mas porque o sistema
bancário nacional continua a dar provas de nada ter aprendido do que está a acontecer
desde 2008.
A ânsia do
ganho a qualquer preço e a passividade do regulador (Banco de Portugal)
continuam a favorecer um processo de desregrado endividamento e para fins nada
consentâneos com um processo de saudável crescimento de qualquer economia. Aumentar
lucros mediante a expansão do crédito ao consumo poderá ser uma solução
atractiva para as administrações e direcções dos bancos, de fácil execução
perante o sistema de reserva fraccionária (modelo que permite fazer empréstimos
em valor muito superior ao dos depósitos, desde que se mantenha como reserva
uma pequena fracção do montante desses depósitos, que descrevi em maior
pormenor no post «TENHAM
FÉ... MAS PREPAREM-SE PARA O PIOR») que é, há demasiado tempo, a principal forma
de criação de moeda nas economias ocidentais.
A ilusão do
dinheiro fácil, propagandeada pelo sector financeiro, acaba sempre por recair
sobre os incautos devedores ou dispusessem aqueles da superior protecção da
exclusividade da sua função (criar moeda a cada novo empréstimo) e da
beneplácita colaboração da entidade (Banco de Portugal) que é suposto regular a
sua actividade, mas que na realidade quase se limita a sancionar um sistema
reputadamente perverso e que em pouco ou nada contribui para o interesse geral.
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