quarta-feira, 6 de junho de 2018

REFLECTIR SOBRE O CRESCIMENTO


Foi com esta imagem que há uns dias O ECONÓMICO deu conta que a desacelaração europeia põe Portugal na cauda do crescimento económico.


É comum dizer-se que uma imagem vale mil palavras e a daquela notícia é forte, mas alguém no jornal parou um pouco para pensar o que estava a dizer, ou simplesmente fez coro com a ideia que o crescimento está ao alcance de todos e é o melhor que pode acontecer?

Nas modernas economias, moldadas pela Revolução Industrial e pela Globalização, onde tudo se resume ao valor monetário, a resposta será obviamente que o PIB avalia adequadamente a evolução e o crescimento das economias. Mas será a resposta correcta, quando dispomos de recursos naturais (superfície arável, recursos minerais e hídricos) finitos?

Os principais teóricos e divulgadores da moderna economia parecem apostados em manter imagens idílicas ou, no mínimo, tranquilizantes para o comum dos cidadãos. Não ignorarão a futilidade das suas teorias e das suas afirmações, mas anseiam porque a maioria as tome como válidas e adequadas para enfrentarmos os problemas que nos escamoteiam.


Enquanto gastarmos tempo e energias e debater como iremos fazer crescer o PIB de cada economia, quando vivemos num mundo onde os ganhos de uma economia serão os prejuízos doutra – lembram-se a falaciosa da ideia salvífica do crescimento das exportações nacionais que afinal não passava de tentar vender mais barato por via da redução dos custos salariais – e as matérias-primas são cada vez mais escassas para as necessidades, em lugar de procurarmos formas de produção social e ambientalmente mais sustentáveis, estaremos apenas a gravar o retrocesso que nos aguarda.

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