quinta-feira, 20 de julho de 2017

PODEMOS CONFIAR?

O Comissário Europeu, Pierre Moscovici, passou por cá e terá dito que o «crescimento de Portugal poderá ficar acima de 2,5% este ano» (previsão que revê muito em alta a anterior estimativa de 1,8%); eufórico, o sr. «Moscovici considera “impressionante” progresso de Portugal. “Podemos confiar nesta economia”»... mas será que podemos confiar no Sr Moscovici?


É que os entusiastas de agora são os mesmos que antes nos impuseram a “canga” duma austeridade que o inefável duo Passos Coelho/Paulo Portas transformaram numa inenarrável “austeridade expansionista” e que afirmaram aos quatro ventos (ou a quem lhes desse ouvidos) que não havia alternativa! Como já tenho referido algumas vezes (por exemplo no post «AFINAL HÁ ALTERNATIVA»), o melhor da passagem de António Costa por São Bento é a comprovação de que existem alternativas... podem nem sequer ser as melhores, mas são alternativas.

A minha desconfiança perante tanto entusiasmo resulta principalmente de continuar a pensar que o principal problema do país – a monumental dívida (pública e privada) – persiste e pouco ou nada tem sido feito para a solucionar, ou sequer contrariar. E em especial porque tal só será exequível num cenário europeu que recentre as suas preocupações numa redefinição das “regras do jogo” onde todo o mecanismo de funcionamento da moeda única seja revisto e corrigido, como escrevi (entre outros) nos posts «O PAPEL DOS BANCOS CENTRAIS» e «AS PROPOSTAS DOS “ECONOMISTAS ATERRADOS” - III», de forma a transformar o BCE no principal financiador dos Estados.

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