O Comissário
Europeu, Pierre Moscovici, passou por cá e terá dito que o «crescimento
de Portugal poderá ficar acima de 2,5% este ano» (previsão que revê muito
em alta a anterior estimativa de 1,8%); eufórico, o sr. «Moscovici
considera “impressionante” progresso de Portugal. “Podemos confiar nesta
economia”»... mas será que podemos confiar no Sr Moscovici?
É que os
entusiastas de agora são os mesmos que antes nos impuseram a “canga” duma
austeridade que o inefável duo Passos Coelho/Paulo Portas transformaram numa
inenarrável “austeridade expansionista” e que afirmaram aos quatro ventos (ou a
quem lhes desse ouvidos) que não havia alternativa! Como já tenho referido
algumas vezes (por exemplo no post «AFINAL
HÁ ALTERNATIVA»), o melhor da passagem de António Costa por São Bento é a
comprovação de que existem alternativas... podem nem sequer ser as melhores,
mas são alternativas.
A minha
desconfiança perante tanto entusiasmo resulta principalmente de continuar a
pensar que o principal problema do país – a monumental dívida (pública e
privada) – persiste e pouco ou nada tem sido feito para a solucionar, ou sequer
contrariar. E em especial porque tal só será exequível num cenário europeu que
recentre as suas preocupações numa redefinição das “regras do jogo” onde todo o
mecanismo de funcionamento da moeda única seja revisto e corrigido, como
escrevi (entre outros) nos posts «O
PAPEL DOS BANCOS CENTRAIS» e «AS
PROPOSTAS DOS “ECONOMISTAS ATERRADOS” - III», de forma a transformar o BCE
no principal financiador dos Estados.
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