Com a
aproximação da próxima cimeira do G20, que terá lugar este fim-de-semana em
Hamburgo, e depois de notícias onde se assegura que «Trump
prepara guerra comercial global antes da cimeira do G20» eis que o mesmo
preparou uma pequena paragem na Polónia para melhorar a sua imagem.
Isto mesmo foi
anunciado pelo LE
MONDE numa notícia onde não esquece de referir a grande proximidade de
ideias entre o partido no poder em Varsóvia (o PiS, Partido da Lei e da Justiça
liderado pelo inefável Jaroslaw Kaczynski) e o próprio Trump, com especial
destaque para as ideias populistas anti-emigração e anti-islâmicas, o
nacionalismo e o soberanismo. Estas posições, claramente assumidas pelo governo
da senhora Beata Szydlo em questões como emigração e as liberdades cívicas,
ver-se-ão reforçadas com a visita dum presidente americano que espera em troca
um “banho de popularidade” para efeitos de propaganda interna numa altura em
que até se diz que os «Americanos
confiam mais na CNN que em Donald Trump».
Claro que
existem outras razões para esta opção de Donald Trump – fala-se de interesses norte-americanos
no fornecimento de gás e da polémica questão duma NATO onde a Polónia parece ser
um dos poucos países que cumpre a tal quota dos 2% do PIB em gastos militares –
e a situação na Europa não pode deixar de ser uma delas, tanto mais que está
prevista a participação de Trump numa reunião da Cimeira dos Três Mares (uma
iniciativa polaca e croata que agrega uma dúzia de estados entre os mares
Báltico, Adriático e Negro, organizada para retratar a Polónia como uma espécie
de líder regional em oposição ao eixo Paris-Berlim) algo que é visto com enorme
suspeita no resto da Europa.
Mas será que o
Brexit em desenvolvimento (com o que isso significará duma ainda maior convergência
de interesses entre o Reino Unido e os EUA) e uma estratégia americana
aparentemente errática pode, como
hoje mesmo escreveu Adriano Moreira no DN, “...ter efeitos colaterais positivos, porque a pressentida quebra da
solidariedade atlântica, pela incerta visão do parceiro americano, tem sinais
de reanimar a solidariedade da União...”, ou o seu resultado será um
aprofundamento da crise de liderança da UE, quando ninguém esconde que a «Visita
de Trump à Polónia aumenta receios de mais divisões na Europa»?
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