Realizou-se
ontem a segunda volta das eleições legislativas em França onde o resultado foi
um «Recorde
de abstenção e maioria para Macron»; nada de inesperado, salvo talvez o
reconhecimento de que os «Franceses
recusam dar cheque em branco ao Presidente Macron».
A já esperada
vitória da nova formação política liderada por Emmanuel Macron poderá explicar
em parte aqueles resultados, mas a generalização da tendência de aumento crescente
da abstenção não pode ser explicado apenas pela antecipação dos resultados pois
este é um fenómeno que parece cada vez mais generalizado.
Para comentar
uma abstenção superior a 57% - um
novo record, como escreveu o LE MONDE – é preciso ir além do óbvio (como a
longa maratona de eleições regionais, das primárias dos partidos e das recentes
presidenciais) e lembrar que entre
a 1ª e a 2ª volta os votos brancos e nulos aumentaram 400%, algo que reforça
a questão sobre a real legitimidade da consulta eleitoral ou, como escreveu
aqui o semanário francês “L’OBS”, a falta dum candidato mobilizador...
Em resumo, os
franceses foram às urnas escolher uma Assembleia
Nacional favorável a Macron, mas desprovida do cheque em branco que este
desejaria.
Não fosse a
enorme abstenção, que graças aos sistemas eleitorais em pouco ou nada penaliza
os partidos do poder, e talvez estivéssemos agora a comentar o sinal de
maturidade dos eleitores franceses; assim, continuamos a tentar compreender o
que está a levar ao alheamento dos eleitores e aqueles que o fomentam continuam
a beneficiar do “crime”.
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