Depois dos resultados das
recentes eleições na Europa (Austria, Holanda, França e Reino Unido), se a
crise grega demonstrou a necessidade de mudar a Europa, o Brexit abriu essa
possibilidade. Dito isto, durante um ano, foi difícil perceber como tudo
poderia terminar: à moda inglesa (conduzindo-nos a uma recomposição das
alianças) ou à maneira continental (mantendo os principíos unificadortes mas
recuperando, de alguma forma, o controlo das intituições).
O sinal de mudança não derivou da
votação britânica, antes das votações nos estados europeus que reafirmaram a sua
lealdade aos princípios da comunidade europeia que obrigará um Reino Unido que tinha apostado na fragmentação da UE a
repensar a estratégia para encontrar uma forma de se manter ligado ao continente
sem perder a face e salvar a sua própria união.
A intenção de Theresa May com a
antecipação das eleições seria uma espécie de segundo referendo e um reforço da
estratégia duma negociação dura com a UE, mas o resultado acabou por lhe ser
desfavorável (à sua estratégia e aos interesses do sector financeiro que vêem
no hard Brexit uma hipótese de
manutenção de algum do actual poder da City), havendo até quem já levante a
hipótese de ter colocado em dúvida o próprio Brexit.
Na ânsia de reforçar o seu peso
político, Theresa May acreditando nas sondagens e na repetição dos resultados
das últimas eleições locais que ditaram uma derrota dos nacionalistas do UKIP e
dos trabalhistas, criou uma situação poticiamente instável ao nível interno, dificultou
as negociações com a UE e ficou muito longe de acalmar os ventos autonomistas
que sopram da Escócia e da Irlanda do Norte.
Quase certo é poder estar a criar
um novo cenário, onde se assista à integração da Islândia e da Noruega, desde
que este rompa com a tradição centralista de Bruxelas e venha a ser
democraticamente validado pelos cidadãos europeus.
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