Vimos no post anterior que a estratégia múltipla de
Theresa May:
- reforçar a sua maioria parlamentar para avançar com a opção do hard Brexit;
- assegurar que até Maio de 2019 (data limite para o período de negociação com a UE), nada iria prejudicar a sua liderança;
- travar as tendências autonomistas da Escócia (que no referendo rejeitou o Brexit) e da Irlanda do Norte
assentou numa certa leitura sobre
a opinião pública britânica e num esperado efeito dominó no continente que não
se concretizou.
O mau resultado pode, ainda
assim, traduzir-se num alívio das tendências separatistas porque na Escócia a
descida do SNP (Partido Nacional Escocês, pró-independência) e na Irlanda a
subida do Sinn Fein (a expensas dos separatistas) poderão atenuar aquelas
tendências, ficando para avaliar os efeitos da aliança com os unionistas
irlandeses do DUP (Partido Unionista Democrático, cujas origens remontam a Ian
Paisley e ao Partido Unionista Protestante) que permitirá a sobrevivência
política de Theresa May.
Resultado igualmente importante
das eleições britânicas foi o claro afastamento dos defensores internos do hard Brexit, expresso no afastamento do
UKIP do novo parlamento.
Claro que permanecem grandes
incógnitas sobre o futuro do Reino Unido e da UE, que irão sendo respondidas à
medida que avancem as negociações sobre o Brexit ou que resista a aliança dos tories (conservadores ingleses) com o
DUP irlandês.
Duma forma ou outra o governo de
Theresa May apresenta-se agora numa posição negocial bem mais frágil e se a
hipótese dos britânicos procurarem um hard
Brexit parece menos plausível ela não desapareceu de todo, passando a
depender de algo não menos preocupante... a nomenklatura
de Bruxelas que tão fracas provas tem dado na gestão de crises.
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