A crer no que
se lê e ouve na imprensa estará brevemente em curso um grande debate nacional
sobre a problemática dos incêndios florestais.
Claro que
todos vimos anualmente as imagens da floresta a arder, mas parece que o
verdadeiro catalisador foram as do Funchal em chamar, que terão despertado
outras consciências e originando declarações de responsáveis governativos que
apontam uma mudança no modelo de abordagem dos fogos de Verão.
Será mesmo de
tomar como sólidas as declarações onde a Ministra da Administração Interna sugere
que terras abandonadas tenham "utilização comunitária" ou onde o
Ministro da Defesa considera
inevitável que Força Aérea venha a ter capacidade para combater fogos?
Se assim for,
o presságio duma efectiva mudança no processo de ordenamento do território
(quer através da introdução de novos planos de reflorestação, quer através duma
política de ocupação de solos não orientada por interesses particulares) poderá
constituir um sinal de evolução, tanto mais que o ex-secretário de Estado no Ministério da Administração Interna
liderado por António Costa, «Ascenso
Simões assume “erro grave” nas decisões de há dez anos» que, preterindo um
estratégia de prevenção levaram a que hoje «80%
dos gastos são com o combate».
Começando-se
agora a questionar a real utilidade duma solução alicerçada na contratação de
meios privados de combate aos incêndios florestais, na linha do que já fez o
actual secretário de Estado no
Ministério da Administração Interna quando
admitiu que «“A
indústria do fogo dá dinheiro a muita gente”», e a perguntar o que esperam
os decisores quando os especialistas – como o presidente da Associação de
Oficiais das Forças Armadas – asseguram que a «Força
Aérea pode reassumir combate e poupar dinheiro»; daqui a um ano veremos o
que se progrediu...
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