Graças à deslocação de Carlos Matias Ramos, o presidente do LNEC, ao parlamento, a questão da construção do novo aeroporto voltou a ser notícia. Segundo a generalidade dos jornais nacionais aquele responsável assegurou que o organismo que dirige procederá à contratação de especialistas de outras áreas do conhecimento afim de assegurar uma avaliação mais global das duas opções de localização do novo aeroporto.
Se as afirmações constituem factor de acréscimo de confiança no trabalho que o LNEC estará a produzir, já a indicação dos nomes de alguns daqueles especialistas pode ser interpretado em sentido inverso.
Como se não bastasse o facto das opções em análise se limitarem à famigerada Ota e à recente Alcochete, afastando liminarmente outras opções como a Portela +1 e não prevendo a indispensável avaliação do que em termos técnicos se designa por opção 0 (na prática não construir nova unidade), ainda se verifica que os especialistas externos são, na sua maioria, os mesmos que já avaliaram e se pronunciaram favoravelmente à opção Ota.
Não estando em causa a credibilidade do LNEC (organismo cuja valia técnica, no ramo das engenharias, é sobejamente reconhecida no país e no estrangeiro), já algumas das escolhas podem ser questionadas e, no mínimo, colocar em sérios riscos a credibilidade do resultado final.
As notícias que de ora em quando vão surgindo, longe de afastarem antes avolumam as certezas de que o aparente recuo do governo de José Sócrates não passa de uma manobra dilatória para no final do ano voltar a “impingir-nos” uma solução já amplamente demonstrada como trágica.
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