Não foi surpresa saber que o
presidente «Trump
anuncia que os EUA estão fora do acordo com o Irão». Esta foi uma decisão
anunciada ainda durante a campanha eleitoral cujo real objectivo estará mais
longe da questão nuclear do que aparenta. Os EUA não hesitaram em afrontar a
opinião generalizada, ignoraram que a «Agência
de Energia Atómica confirma que Irão cumpre o acordo» assinado em 2015 e
naquele falajar hiperbólico a que nos vai habituando «Trump
decide sair do acordo “podre” com o Irão e anuncia sanções “mais poderosas” de
sempre».
No fundo e enquanto assegura que
pretende alargar o âmbito de um novo acordo a outros tipos de armamento, pretenderá
transmitir uma ideia de “durão” para o encontro que se avizinha com Kim Jong-un,
mas para já tudo o que terá alcançado é um agrado aos seus amigos dos
combustíveis fósseis, pois o «Divórcio
entre EUA e Irão leva petróleo para máximos de quatro anos» e a oportunista
«Arábia
anuncia medidas para evitar escassez de petróleo».
Enquanto o tonitruante «Trump
anuncia o "mais alto grau de sanções económicas" a Teerão», o «Irão
e europeus insistem em acordo apesar de saída dos EUA», onde os parceiros
europeus, «França,
Alemanha e Reino Unido "lamentam" saída dos EUA do acordo nuclear»
e os líders europeus, «Macron,
May e Merkel reagem a Trump em conjunto: pedem responsabilidade ao mundo e
contenção ao Irão», país de onde o seu líder supremo, o «Ayatollah Khamenei ataca Trump e diz que o seu discurso foi
“absurdo e superficial”».
No fundo tudo o que Trump já conseguiu
foi alinhar ainda mais os EUA com os interesses duma Arábia Saudita, que
pretende disputar a hegemonia regional com o Irão, e agravar as tensões num
Médio Oriente onde Benjamin Netanyahu, o «PM
israelita diz que é preferível enfrentar Irão agora do que mais tarde».
Repetindo o reiterado desrespeito
pelas organizações internacionais, nomeadamente pelas que procuram regular o
uso da energia nuclear, alinhando-se declaradamente a favor duma das nações que
procura dominar uma região estrategicamente vital pela sua riqueza em hidrocarbonetos
e alimentando os anseios bélicos do regime israelita (estado que nunca assumiu
o facto de possuir um arsenal nuclear), bem pode agora dizer-se que a «Comunidade
internacional tenta salvar acordo com o Irão» quando o cenário se avizinha
cada vez mais negro quando a «Arábia
Saudita diz que vai desenvolver arsenal nuclear se o Irão o fizer».
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