quarta-feira, 2 de maio de 2018

A UE NO LABIRINTO AMERICANO


Depois das recentes visitas a Washington do presidente francês, Emmanuel Macron, e da chanceler alemã, Angela Merkel, a administração norte-americana fez saber que Trump adia um mês guerra comercial com UE, o que está muito longe de resolver a cerne dos problemas que levaram os dois dirigentes europeus a atravessarem o Atlântico e ainda mais de evitar uma guerra comercial que já parece quase garantida.


Excluída desde o início de qualquer programa de isenções às tarifas impostas, a China retaliou com seus próprios direitos sobre algumas importações dos EUA, ao que a Casa Branca respondeu sugerindo mais tarifas contra a China, assim aumentando as tensões comerciais entre as duas maiores economias.

Não bastando isso, a ausência de algo mais palpável que a moratória de trinta dias agora anunciada, deve ser entendida do lado europeu como sinal para “preparar as armas”... e o pior é que os parcos resultados alcançados por Macron e Merkel não são apenas insignificantes, são também preocupantes pela divisão europeia que voltaram a revelar, quer por se apresentarem separadamente quer por insistirem em agendas nacionais.

Aqui o destaque vai principalmente para a posição alemã que vê seriamente condenada a sua política de excedentes comerciais que já colocou a Zona Euro em perigo e ameaça agora servir de justificação para uma estratégia de Donald Trump claramente orientada para consumo interno e que a prazo apenas se poderá virar contra si próprio.

Entretanto o populismo da Alt-right norte-americana vai-se inflamando enquanto a China continuará a tecer a paciente teia onde as grandes empresas transnacionais se enredaram e a UE arrisca continuar a desgastar-se até à insignificância, porque não tenhamos dúvidas que os tristes dirigentes europeus que não têm revelado capacidade para sobrevalorizar o que os devia unir, voltarão a soçobrar ante a ameaça do que possa prejudicar os lucros das empresas cujos interesses representam e que até agora os têm escorado. Franceses e alemães voltaram a dar uma tristérrima imagem de si e duma UE que por tibieza ou verdadeira incompetência dos seus líderes nunca tentou sequer constituir-se como um efectivo contra-poder à cada vez mais frágil hegemonia norte-americana.

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