Depois das
recentes visitas a Washington do presidente francês, Emmanuel Macron, e da
chanceler alemã, Angela Merkel, a administração norte-americana fez saber que Trump
adia um mês guerra comercial com UE, o que está muito longe de resolver a
cerne dos problemas que levaram os dois dirigentes europeus a atravessarem o
Atlântico e ainda mais de evitar uma guerra comercial que já parece quase
garantida.
Excluída
desde o início de qualquer programa de isenções às tarifas impostas, a China
retaliou com seus próprios direitos sobre algumas importações dos EUA, ao que a
Casa Branca respondeu sugerindo mais tarifas contra a China, assim aumentando
as tensões comerciais entre as duas maiores economias.
Não bastando isso,
a ausência de algo mais palpável que a moratória de trinta dias agora anunciada,
deve ser entendida do lado europeu como sinal para “preparar as armas”... e o
pior é que os parcos resultados alcançados por Macron e Merkel não são apenas
insignificantes, são também preocupantes pela divisão europeia que voltaram a
revelar, quer por se apresentarem separadamente quer por insistirem em agendas
nacionais.
Aqui o
destaque vai principalmente para a posição alemã que vê seriamente condenada a
sua política de excedentes comerciais que já colocou a Zona Euro em perigo e
ameaça agora servir de justificação para uma estratégia de Donald Trump claramente
orientada para consumo interno e que a prazo apenas se poderá virar contra si
próprio.
Entretanto o
populismo da Alt-right norte-americana vai-se inflamando enquanto a China
continuará a tecer a paciente teia onde as grandes empresas transnacionais se enredaram
e a UE arrisca continuar a desgastar-se até à insignificância, porque não
tenhamos dúvidas que os tristes dirigentes europeus que não têm revelado
capacidade para sobrevalorizar o que os devia unir, voltarão a soçobrar ante a
ameaça do que possa prejudicar os lucros das empresas cujos interesses
representam e que até agora os têm escorado. Franceses e alemães voltaram a dar
uma tristérrima imagem de si e duma UE que por tibieza ou verdadeira
incompetência dos seus líderes nunca tentou sequer constituir-se como um
efectivo contra-poder à cada vez mais frágil hegemonia norte-americana.
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