Por por estes
dias voltaram às notícias os protestos populares depois de conhecido que os «CTT
confirmam fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação», plano
este que fora anunciado em meados de Dezembro e que quase de imediato originou
que «CTT
sobem na bolsa à boleia do novo plano de reestruturação».
Sabendo
por demais o real significado da apresentação dum “plano de reestruturação”,
não espantaram as notícias da pronta subida
da sua cotação em bolsa nem as de que o «Maior
accionista investe 2 milhões nos CTT após plano de corte de custos», que os
«Donos
da Mayoral reforçam nos CTT» ou que a «Global
Portfolio Investments reforça no capital dos CTT para 5,66%», logicamente
acompanhadas das que chamaram a atenção para o singelo facto daquele plano
implicar que os «CTT
fecham o dobro das lojas que encerraram desde a privatização».
E o busilis
centra-se precisamente na privatização. À memória voltam os comentários tecidos
em 2013 – ver os posts «MATAR O
CARTEIRO» e «AFUNDADAS
ESPERANÇAS» – e a certeira previsão do encerramento de agências feita quase
um ano depois no post «CTT TESOURO»
que se centrava na questão dos negócios que desde sempre rodearam a venda dum
serviço da importância da distribuição postal. Certo é que neste momento quem
assume a posição de principal accionista é a GESTMIN,
sociedade de gestão de participações financeiras onde pontifica Manuel de Mello
Champalimaud, que é quem vai
controlar plano de reestruturação dos CTT.
A tudo isto
somam-se mais algumas incongruências; é que se os «CTT
em crise “distribuiu sempre mais de 90% dos seus lucros a acionistas”», as «Agências
que os CTT querem fechar lucraram 2,4 milhões de euros em 2017» e já se diz
que a «Reestruturação
dos CTT poderá não ficar pelas 300 rescisões» de trabalhadores quando é
sobejamente conhecido (e reconhcido) que os «CTT
lideram queixas dirigidas a empresa de correios. Reclamações aumentam 212%»
facto simplesmente ignorado por quem nunca se preocupou com o serviço público.
E no caso dos
CTT é precisamente de serviço público que se trata, um serviço que além de
indispensável é igualmente garante do que cada vez mais parecem ser os últimos
resquícios de coesão social. Claro que aos seus “donos” apenas interessam os
lucros, os quais sempre distribuíram magnanimamente, e de uma forma tão ávida
que até já entre os políticos se refere que «Deputado
socialista defende que “os CTT têm de ser obrigados a cumprir o serviço
público”» ou que «Jerónimo
de Sousa defende que CTT devem ser alvo de "intervenção pública"»
e até o «CDS
exige cumprimento da obrigação de proximidade dos CTT», enquanto nos corredores
do poder «Costa
e Marcelo deixam CTT nas mãos da Anacom», como se de algum regulador
nacional pudesse advir mais que pífias recomendações.
Sem comentários:
Enviar um comentário