As notícias
esta semana vindas a lume dando conta que António «Costa
anuncia que défice de 2017 deverá ser de 1,2%», oportunidade em que o mesmo
assegurou que a dívida pública deverá situar-se pelos 126,2% do PIB, não
deveriam servir apenas para confirmar a boa saúde da economia nacional ou para
criticar as correspondentes opções governativas, do mesmo modo que a notícia de
meados de Dezembro onde a «Fitch
tira rating do lixo e põe Portugal no grupo da Itália» pouco alterou o
quadro geral da difícil situação do país.
Claro que a
decisão da Fitch confirmar idêntica posição da Standard & Poor’s terá
impacto em alguns investidores, mas isso não significa que tenham terminado os
problemas ou que uma apreciação positiva dos mesmíssimos organismos que tantas
responsabilidades evidenciaram no eclodir da crise em 2008 deva ter um valor de
especial relevância.
A realidade é
que quase sete anos volvidos sobre a intervenção da troika (FMI, BCE, UE) o endividamento continua a apresentar valores
elevados e o sistema financeiro nacional a revelar as debilidades que só os
poderes estabelecidos não querem ver. Bem podem o Governador do Banco de
Portugal ou o Primeiro-Ministro afirmar a solidez do sistema financeiro
nacional que a realidade diária desmente-os rapidamente; o país continua
descapitalizado enquanto assistimos à continuação da sangria da pouca riqueza nele
criada, confirmada com o anúncio, no final de 2017, que «Portugal
devolve mais 1.000 milhões ao FMI ainda este ano».
O que continua
por anunciar é o início de uma verdadeira solução para um endividamento com
aquela expressão que, por mais que custe aos sectores mais tradicionalistas e
conservadores, não poderá deixar de contemplar uma profunda renegociação da
dívida, cenário que a UE procura controlar com a escolha de Mário Centeno para
novo presidente do Eurogrupo (aquela estrutura sem qualquer enquadramento legal
que reúne os ministros das finanças da Zona Euro) onde terá como missão «Domar os
poderosos do euro com dívida de 126% às costas» e sem qualquer
vislumbre de solução para o seu problema.
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