quarta-feira, 9 de agosto de 2017

O BCE AINDA NÃO SALVOU O EURO

A propósito da passagem, hoje, do décimo aniversário do início da crise do “subprime” – marcada na Europa pela decisão do BNP Paribas suspender três dos seus fundos de investimento mais expostos às dívidas hipotecárias norte-americabas –, a edição do último fim-de-semana do EXPRESSO incluía uma entrevista com Kenneteh Rogoff (co-autor, com Carmen Reinhart, do célebre relatório «Growth in a Time of Debt» que se transformou na biblía de qualquer candidato a economista neoliberal), onde este defendeu algum perdão da dívida e a flexibilização das regras orçamentais europeias...


O espanto, deixado por Nicolau Santos no texto jocoso que intitulou «Rogoff, o esquerdista que quer perdoar as dívidas», poderia ser ainda maior não fosse esta ter sido mais uma das vezes em que Rogoff fez declarações que contradizem no essencial o postulado da diabolização da dívida – o tal princípio fundamental que os neoliberais leram nos seus trabalhos e que este nunca criticou, mesmo depois de revelada a existência de erros naquele referido estudo.

Se sobre a questão dos erros e da sua natureza já me pronunciei em Abril de 2013, no “post” «ACONTECE…», recomendo que sobre uma das primeiras tentativas de desculpabilização de Rogoff, no artigo «A Europa e a sua pulsão pela dívida», publicado pelo NEGÓCIOS, releiam o “post” «O FIM DO SEQUESTRO DAS IDEIAS?», publicado em Julho de 2014, e percebam que na realidade e ao contrário do que sugere o título da entrevista, o BCE não zangou a Alemanha e continua longe de salvar o Euro.

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