A propósito da
passagem, hoje, do décimo aniversário do início da crise do “subprime” – marcada na Europa pela
decisão do BNP Paribas suspender três dos seus fundos de investimento mais
expostos às dívidas hipotecárias norte-americabas –, a edição do último
fim-de-semana do EXPRESSO incluía uma entrevista
com Kenneteh Rogoff (co-autor, com Carmen Reinhart, do célebre relatório «Growth in a Time of Debt»
que se transformou na biblía de qualquer candidato a
economista neoliberal), onde este defendeu algum perdão da dívida e a
flexibilização das regras orçamentais europeias...
O espanto,
deixado por Nicolau Santos no texto jocoso que intitulou «Rogoff,
o esquerdista que quer perdoar as dívidas»,
poderia ser ainda maior não fosse esta ter sido mais uma das vezes em que
Rogoff fez declarações que contradizem no essencial o postulado da diabolização
da dívida – o tal princípio fundamental que os neoliberais leram nos seus trabalhos
e que este nunca criticou, mesmo depois de revelada
a existência de erros naquele referido estudo.
Se sobre a
questão dos erros e da sua natureza já me pronunciei em Abril de 2013, no “post” «ACONTECE…»,
recomendo que sobre uma das primeiras tentativas de desculpabilização de Rogoff,
no artigo «A
Europa e a sua pulsão pela dívida», publicado pelo NEGÓCIOS, releiam o “post” «O FIM DO
SEQUESTRO DAS IDEIAS?», publicado
em Julho de 2014, e percebam que na realidade e ao contrário do que sugere o
título da entrevista, o BCE não zangou a Alemanha e continua longe de salvar o
Euro.
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