Quando nas
manchetes voltam as notícias sobre mais um atentado na Europa, repetem-se os
lugares comuns lidos e ouvidos nas ocasiões anteriores – desde o lamento pelos
mortos e feridos até à raiva e à fúria sobre quem se presta a semelhantes actos
– mas pouca ou nenhuma reflexão sobre muitas das condicionantes que os envolvem.
Esta
observação aplica-se no geral, mas particularmente no mais recentemente
ocorrido numa França em vésperas da primeira volta das eleições presidenciais e
quando era noticiado que os quatro principais candidatos (Macron, Le Pen,
Fillon e Mélenchon) apresentavam poucas diferenças nas intenções de voto.
Quando já
ninguém parece estranhar que um país se prepare para realizar importantes
eleições nacionais durante a vigência do estado de emergência (recordo, para os
mais distraídos, que se vive em «França
em estado de emergência até Julho») e quando esta mesma semana foi noticiado
um «Ataque
terrorista abortado em França a dias das presidenciais», sem aparente
influência naquelas eleições, eis que dois dias depois surge um ataque a uma
carrinha da polícia nos Campos Elísios, seguida da pronta informação que o
Daesh reivindica o ataque.
Aparte uma ou
outra ligeira referência a possíveis influências no resultado eleitoral,
ninguém parece questionar-se sobre os interesses que poderão ter determinado
uma iniciativa que só pode favorecer a candidatura que claramente defende a
bandeira da xenofobia e que nos últimos dias via regredir as intenções de voto
dos franceses.
Coincidência? não
creio! Existem seguramente, em França e noutros lugares, quem se disponha a
tudo para atingir objectivos não declaráveis...
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