terça-feira, 11 de abril de 2017

AMÉRICA GRANDE OU ESTÚPIDA?

Em resposta à notícia de que um «Ataque químico na Síria provoca mais de 100 mortos e 400 feridos», prontamente atribuído pelos meios de comunicação ocidentais ao regime de Bashar Al-Assad, e em plena crise de popularidade interna por causa das ligações russas da sua “entourage” e do fracasso das iniciativas de limitação à imigração e de substituição do Obamacare, a administração americana não demorou a fazer saber que «Trump condena ataque químico "hediondo" do regime de al-Assad».

Ignorando (e esperando que todos já tenhamos esquecido anteriores “affaires” como o episódio da deflagração de engenhos químicos na província Síria de Homs, ocorrido em 2013, a acabar por ser atribuído aos próprios rebeldes – ver a propósito o “post«PRONTO PARA SALTAR - I» - ou o do famigerado arsenal de Saddam Hussein que serviu para justificar a invasão do Iraque) anteriores episódios de avaliações erróneas, à administração Trump bastaram 72 horas para reagir e ficarmos todos a saber que os «EUA lançaram 59 mísseis contra uma base aérea síria» apontada como estratégica para o esforço sírio no conflito.


Prontamente anunciada como um enorme sucesso, aquela acção militar terá resultado na destruição de material militar («Seis caças destruídos no ataque, diz a Rússia», enquanto outras fontes dizem que «EUA confirmam destruição de 20% da capacidade aérea») mas de modo algum na inutilização do aeródromo que vinte e quatro horas depois já estava a ser utilizado.

O reduzido sucesso da iniciativa de Trump pode limitar o efeito esperado sobre os intervenientes na região (Rússia, Síria, Irão e as petromonarquias do Golfo) tanto mais que já circula uma reacção onde os «Aliados do líder sírio ameaçam EUA. “Responderemos com uso de força”».

Se o que realmente preocupa os conselheiros de Trump é a divulgação de mensagens de força para o resto do mundo (China e Coreia do Norte incluídas) esta poderá ter sido apenas a primeira de várias acções mais ou menos desgarradas, desprovidas do indispensável apoio da comunidade internacional que lhe trariam um sancionamento pela ONU, inevitavelmente votadas a receberem os apoios e as críticas habituais mas que dificilmente contribuirão para a resolução de qualquer conflito e ainda menos para um desejável apaziguamento de tensões.

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