Em resposta à
notícia de que um «Ataque
químico na Síria provoca mais de 100 mortos e 400 feridos», prontamente
atribuído pelos meios de comunicação ocidentais ao regime de Bashar Al-Assad, e
em plena crise de popularidade interna por causa das ligações russas da sua “entourage” e do fracasso das iniciativas
de limitação à imigração e de substituição do Obamacare, a administração americana
não demorou a fazer saber que «Trump
condena ataque químico "hediondo" do regime de al-Assad».
Ignorando (e
esperando que todos já tenhamos esquecido anteriores “affaires” como o episódio da deflagração de engenhos químicos na
província Síria de Homs, ocorrido em 2013, a acabar por ser atribuído aos próprios
rebeldes – ver a propósito o “post” «PRONTO PARA SALTAR - I»
- ou o do famigerado arsenal de Saddam Hussein que serviu para justificar a
invasão do Iraque) anteriores episódios de avaliações erróneas, à administração Trump
bastaram 72 horas para reagir e ficarmos todos a saber que os «EUA
lançaram 59 mísseis contra uma base aérea síria» apontada como estratégica
para o esforço sírio no conflito.
Prontamente
anunciada como um enorme sucesso, aquela acção militar terá resultado na
destruição de material militar («Seis
caças destruídos no ataque, diz a Rússia», enquanto outras fontes dizem que
«EUA
confirmam destruição de 20% da capacidade aérea») mas de modo algum na inutilização
do aeródromo que vinte e quatro horas depois já estava a ser utilizado.
O reduzido sucesso
da iniciativa de Trump pode limitar o efeito esperado sobre os intervenientes
na região (Rússia, Síria, Irão e as petromonarquias do Golfo) tanto mais que já
circula uma reacção onde os «Aliados
do líder sírio ameaçam EUA. “Responderemos com uso de força”».
Se o que
realmente preocupa os conselheiros de Trump é a divulgação de mensagens de
força para o resto do mundo (China e Coreia do Norte incluídas) esta poderá ter
sido apenas a primeira de várias acções mais ou menos desgarradas, desprovidas
do indispensável apoio da comunidade internacional que lhe trariam um
sancionamento pela ONU, inevitavelmente votadas a receberem os apoios e as críticas
habituais mas que dificilmente contribuirão para a resolução de qualquer
conflito e ainda menos para um desejável apaziguamento de tensões.
Sem comentários:
Enviar um comentário