As notícias
que nos chegam do outro lado do Atlântico, que vão desde o simples «Trump
promete a empresários suprimir 75% da regulamentação e baixar impostos» ao
discutível «Trump
diz que tortura funciona e está disposto a aplicá-la» ou ao preocupante «Trump
já assinou autorização para a construção do muro com o México» e «Trump
assina decreto para relançar dois oleodutos controversos», serão mais ou
menos inquietantes mas perfeitamente enquadráveis no egocentrismo do nóvel
inquilino da Casa Branca e merecedoras de futura apreciação nos seus efeitos
práticos.
Já a recente
notícia de que os «Republicanos
do Wyoming querem multar produtores de electricidade que usem energia eólica ou
solar» não será um mero reflexo da chegada de Trump à Casa Branca, antes a
consequência duma visão redutora da realidade que as franjas mais boçais da
sociedade americana há muito nos habituaram. Negar o efeito da acção humana nas
alterações climáticas ou defender até ao absurdo o direito ao porte de arma,
são apenas dois dos aspectos duma sociedade que ainda não resolveu muitas das
suas mais profundas e enraizadas contradições, nem apresenta progressos na
formação e educação semelhantes aos do seu desenvolvimento económico.
A origem de
semelhante ideia – que por absurdo se poderia comparar à de penalizar os
consumidores de água em detrimento dos consumidores de cerveja, porque os
primeiros penalizam os lucros dos cervejeiros – afigura-se quase comparável à
dos antigos movimentos que nos primórdios da Revolução Industrial defendiam a
destruição da maquinaria por esta “roubar” postos de trabalho; não é apenas
perigosa no que respeita à conservação da natureza, é reveladora dum pensamento
primário potencialmente muito perigoso quando aplicado aos grandes problemas
mundiais.
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