sábado, 7 de agosto de 2010

MAIS EDUCAÇÃO

Depois de ler a notícia do DN que assegura que «'TurmaMais' reduz em um terço o insucesso escolar» não resisto a retomar a polémica em torno da entrevista que a ministra da Educação deu, na passada semana, ao EXPRESSO e a famigerada questão do fim dos chumbos, pois aquele pode até constituir um bom exemplo do que afirmei no “post” anterior a propósito da necessidade de maior contenção e ponderação. 


Talvez que se Isabel Alçada tivesse iniciado o discurso com os resultados (aparentemente positivos) da experiência, para concluir que talvez este pudesse ser um caminho para vir a alcançar a desejada redução das retenções, ter-se-iam minimizado as possibilidades do eclodir da polémica e, principalmente, evitado todo o “ruído” que de imediato se produziu.

Atendendo à interligação das notícias, o próprio “timing” da informação ou foi desastrosamente gerido pelo Ministério da Educação ou criteriosamente gerido pelos órgãos de informação; em qualquer dos casos a notícia sobre os ensaios realizados durante o último ano lectivo, ao nível do 7º ano de escolaridade, com a criação de uma turma adicional pela qual circularam todos os alunos daquele ano (solução que potenciou o trabalho dos docentes com um número menor de alunos, logo com um melhor acompanhamento) coloca de imediato a questão de saber porque é que ainda em Maio último o secretário de Estado da Educação afirmou à Lusa (conforme esta notícia do DN) a rejeição da redução do número de alunos por turma como forma de melhorar o aproveitamento e a disciplina nas escolas.

Será que o secretário de Estado ignorava o projecto que estava a decorrer ou, simplesmente, estas questões são geridas principalmente em função das agendas políticas dos governantes e dos opositores?

Quanto mais tempo teremos que esperar até vermos questões basilares de qualquer sociedade, como a educação, a justiça, as finanças, serem objecto de definições programáticas a médio/longo prazo, no quadro das competências parlamentares, em vez de servirem de argumentos de arremesso entre políticos medíocres.

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