quinta-feira, 5 de agosto de 2010

GRANDES NEGÓCIOS

A notícia ontem publicada pelo ECONÓMICO de que «PT não paga imposto sobre lucro da venda da VIVO» (também hoje abordada pelo PUBLICO que assegura que «Só os pequenos investidores serão tributados na venda da VIVO»), constitui uma clara evidência de uma das origens da crise que atravessamos, crise que, como muitas vezes tem sido referida, vai muito além da esfera económica.
Á crise económica e financeira junta-se a medonha crise de valores éticos que esteve na origem daquela. Quem já esqueceu o papel determinante que teve a especulação desenfreada e desregrada (ao abrigo dos princípios mais radicais do liberalismo económico) no colapso do sistema financeiro norte-americano? ou a simples popularização da ideia do enriquecimento rápido e baseado num despudorado oportunismo, tantas vezes toscamente mascarado de oportunidade?



Embora em aparência a questão da tributação das mais-valias pareça resumir-se a uma questão do foro fiscal, o que ela na realidade revela é um elaborado mecanismo de concentração da riqueza. Quando, a pretexto da defesa do crescimento económico de regiões ditas desfavorecidas, se elaboraram leis prevendo isenções fiscais para empresas e negócios o resultado acaba por ser o favorecimento destas e dos seus proprietários em detrimento do resto das populações.

Será preciso, em especial na actual conjuntura, recordar que cada cêntimo assim escamoteado aos cofres públicos é mais um cêntimo que os poderes públicos exigirão a todos os não accionistas das PT’s que pululam por esse mundo fora?

É esta a justa repartição de esforços que os políticos que nos têm governado entendem adequada? ou, pelo contrário, tudo isto não passa de mais uma clara demonstração da forma como temos vindo a ser esbulhados da riqueza que produzimos?
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NOTA: Este "post" foi originalmente publicado no dia 03 de Agosto; dificuldades na inserção da imagem fizeram com que hoje, após a sua resolução, a ele tenha regressado originando a sua republicação com a  data actual.

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