segunda-feira, 7 de maio de 2007

E AGORA?

Após um acto eleitoral que Alberto João Jardim provocou com a sua demissão e venceu com natural e confortável maioria, o que mudou?

Será maior a sua legitimidade para continuar a governar a Região da Madeira?

Terá a nova Assembleia Regional poderes acrescidos para “resolver” os problemas de Alberto João?

Atendendo a que a razão (pelo menos a oficialmente invocada) para a demissão foi a nova lei do financiamento regional, que de acordo com os critério ditados por Bruxelas e agora adoptados pelo governo de José Sócrates, determinar uma redução nas transferências para a Região da Madeira, o que mudou a partir de ontem?

Hoje, como há uns meses, mantém-se válida (e por responder) a questão que aqui deixei e ainda o inexplicável facto de um governante (mesmo regional que seja) provocar a demissão de um governo sustentado na ausência de condições para o exercício de um cargo a que de pronto se recandidata.

Não ignoro que se há coisa de Alberto João nunca se mostrou particularmente dotado foi de sentido ético, mas onde está agora o do líder do PSD? É que não nos podemos esquecer que se este impôs, e bem, ao seu partido a lógica de não apoiar candidatos a autarcas que se encontrassem indiciados de crimes no cumprimento das suas funções, que dizer do apoio expresso (e da alegria com que comemorou a derrota de José Sócrates) a Alberto João?

Como tudo leva a crer que o governo de José Sócrates não alterará a sua posição sobre a lei das finanças regionais, irá Alberto João voltar a demitir-se, ou mais prosaicamente vai-se mostrar satisfeito com o artifício que lhe assegurou (e aos seus sequazes) a manutenção no poder por mais dois anos?

1 comentário:

antonio ganhão disse...

Alberto João mudará a estratégia e seguramente como ele disse: o colonialismo está mais manso. O que na sua linguagem quer dizer: vou dar a volta estes também!

Desde que não inventemos uma regra que substitua o discernimento dos eleitores...

E num país onde tudo cheira a direita retrógrada onde se pode ouvir um grito de esquerda, quase de anarquia? Quem tem hoje a coragem de gritar pelo fim do colonialismo?

(é mesmo preciso copiar estas letrinhas? resulta?)