Com pouco mais
de três meses decorridos desde a última greve dos camionista que ameaçou
paralisar o país e tendo como pano de fundo a habitual troca de acusações entre
sindicatos e associação patronal, eis que estamos prestes a ver repetir aquele
cenário, com a novidade de vermos agora juntar-se o Sindicato
Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) ao Sindicato Nacional dos
Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e ampliar os potenciais efeitos da
greve.
Depois da
experiência de Abril, o Governo reagiu antecipadamente e foram já fixados os
serviços mínimos, matéria já usada pelos sindicatos e pela ANTRAN (Associação
Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) para nova
troca de acusações e que, pela sua extensão, mereceu grandes (e justificadas) críticas
do movimento sindical.
Sem querer abordar
aqui a questão da excessiva dependência nacional do transporte rodoviário de
mercadorias (impossível de resolver no curto espaço de tempo que mediou entre
as duas greves) ou a maior ou menor justiça das reivindicações sindicais, sempre
deixo uma dúvida que nunca vi esclarecida na comunicação social: se sindicatos
e patrões se acusam mutuamente de violação dos termos do acordo, porque é que
esta matéria nunca foi devidamente esclarecida, tanto mais que em matérias de
greves de camionistas nunca consigo deixar de recordar a greve dos camionista
chilenos que esteve na génese do golpe militar de Augusto Pinochet.
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