Divulgada
a informação onde uma «Auditoria
da EY revela perda de 340 milhões na CGD com “Obrigações Caravela”», que a
«CGD
concedia crédito sem olhar para os riscos das empresas» ou que a «CGD
perdeu 1200 milhões em empréstimos de risco», não tardaram em surgir os
habituais defensores da ideia da privatização do banco, como se tal
constituísse panaceia garantida para os referidos desmandos.
Para
estes não existe qualquer interesse em lembrar que no período em observação –
entre 2000 e 2015 – as diferentes administrações foram sempre integradas por
prestigiadas figuras do cenáculo político nacional (PS, PSD e CDS) com origem
nos mais respeitados e respeitáveis dos partidos nacionais; de tão convictos
que estão na certeza da sua “solução” julgam suficiente recordar que o «Estado
injectou directamente mais de 4000 milhões de euros desde 2011 perante
prejuízos recorde» enquanto omitem que desde o início da crise do subprime (2007/2008) as ajudas públicas ao
conjunto da banca nacional já atingiram os 16,7 mil milhões de euros e que se
houve evidentes casos de incúria e má gestão na CGD não é menos verdade que esta
vem sofrendo um processo de descapitalização devido à incorporação do
nacionalizado BPN (2008) e que financiou em milhares de milhões de euros as
sociedades que herdaram os activos tóxicos, aqueles que o banco luso-angolano
BIC não quis receber quando pagou uns extraordinários 40 milhões de euros pelos
activos saudáveis do BPN. Mas o papel da CGD na “reestruturação” do sector
financeiro nacional não ficou por aqui, nem a responsabilidade pelos desmandos
se deve limitar às administrações, eximindo sucessivos reguladores e ministros
da tutela.
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