terça-feira, 10 de abril de 2018

PRESOS


Por decisão dum tribunal brasileiro e depois de ver recusado um pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal, o ex-presidente Lula da Silva viu confirmada a sua prisão.


Não fosse o facto dos julgamentos em primeira e segunda instâncias não terem respondido cabalmente a todas as dúvidas sobre a acusação de corrupção, a celeridade com que o juiz decretou a prisão ou o triste episódio do impeachment da sua sucessora, Dilma Rousseff, e pouco haveria a dizer sobre este triste episódio.

As dúvidas que a propósito do impeachment de Dilma deixei expressas no post «VERGONHOSO ESPECTÁCULO» podem e devem ser recuperadas para mais este caso, que ganhando contornos que em muito extravasam a mera acção judicial e num período de profunda divisão política e social apenas estará a contribuir para acirrar ainda mais os ânimos. Num país cada vez mais divido entre críticos e apoiantes da actuação política de Lula da Silva (e do seu partido, o PT), que regista um crescente intervencionismo do aparelho militar – seja a gravíssima situação da sua utilização em acções de policiamento no Rio de Janeiro, seja no arrojo da ameaça velada de golpe que antecedeu a rejeição do pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal – na vida diária dos cidadãos bem se poderá dizer que, para o melhor e o pior, o futuro do Brasil e de Lula estarão demasiado ligados.

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