Por decisão
dum tribunal brasileiro e depois de ver recusado um pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal, o
ex-presidente Lula da Silva viu confirmada a sua prisão.
Não fosse o
facto dos julgamentos em primeira e segunda instâncias não terem respondido
cabalmente a todas as dúvidas sobre a acusação de corrupção, a celeridade com
que o juiz decretou a prisão ou o triste episódio do impeachment da sua sucessora, Dilma Rousseff, e pouco haveria a dizer
sobre este triste episódio.
As dúvidas que
a propósito do impeachment de Dilma deixei
expressas no post «VERGONHOSO
ESPECTÁCULO» podem e devem ser recuperadas para mais este caso, que
ganhando contornos que em muito extravasam a mera acção judicial e num período
de profunda divisão política e social apenas estará a contribuir para acirrar
ainda mais os ânimos. Num país cada vez mais divido entre críticos e apoiantes
da actuação política de Lula da Silva (e do seu partido, o PT), que regista um
crescente intervencionismo do aparelho militar – seja a gravíssima situação da
sua utilização em acções de policiamento no Rio de Janeiro, seja no arrojo da
ameaça velada de golpe que antecedeu a rejeição do pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal – na
vida diária dos cidadãos bem se poderá dizer que, para o melhor e o pior, o
futuro do Brasil e de Lula estarão demasiado ligados.
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