«Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
(...)
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
(...)
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
(...)
Foi esta força viril
de antes de quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.»
(...)
Excerto de As Portas que Abril Abriu, de José Carlos Ary
dos Santos - 1975.
poderá tê-lo
feito como celebração, mas hoje, quase duas gerações volvidas sobre a data,
devemos lê-lo como recordação do muito que Abril nos deu no campo da Saúde, da Educação,
da Segurança Social e da Democracia.
Claro que
também não podemos esquecer o aumento da Corrupção e a degradação de valores
como a Honestidade e a Hombridade, que sendo fruto dos tempos são-no igualmente
da nossa apatia e comodismo...
Hoje, mais que
nunca, importa recordar as portas que Abril abriu e tudo fazermos para que as
gerações que nos seguirem entendam a importância de as mantermos abertas e que
isso depende apenas de nós!
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