Foi
interessante ouvir nas comemorações do 10 de Junho o apelo de João Miguel
Tavares para que «Dêem-nos
alguma coisa em que acreditar»...
Pena foi que a iniciativa se tenha
ficado pelo apelo e pouco ou nada de concreto tenha acrescentado sobre em que
devemos acreditar e como devemos fazer para acreditarmos. Sobre o facto de
parte do descrédito derivar dum modelo económico que se acostumou a ignorar os
necessitados, porque os parcos recursos que lhes têm calhado no processo
distributivo da riqueza são manifestamente insuficientes para que o mercado
lhes reconheça interesse e potencial e não serão piedosos discursos dos joões migueis
tavares que farão diferença significativa. Eles não entendem que as mudanças
terão que ser profundas, desde a economia, passando pela política, pelo social
e terminando na ambiental, e ter sempre em vista que nenhuma sociedade pode
marginalizar uma parte considerável de si própria e sobreviver, porque acham
que as sociedades desenvolvidas da actualidade não têm lugar para os
necessitados.
As pessoas deixaram de importar.
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