Quase concluída mais
uma campanha eleitoral, triste se torna confirmar a repetição de modelos
antigos e erros velhos que culminarão quase inevitavelmente numa elevada
abstenção.
Mesmo sendo estas umas
eleições tipicamente caracterizadas pela elevada abstenção e apesar de nunca ter
conseguido entender porque razão as eleições europeias terão que sofrer esse
anátema, seria de esperar dos principais partidos concorrentes acrescidos
cuidados quando no geral todos procuram fazer-se ouvir na crítica às tendências
proteccionistas e xenófobas que vão alastrando pela Europa. Ao invés temos
assistido ao tradicional desfile por feiras e mercados e à habitual troca de
acusações e outros mimos entre candidatos que pouco ou nada falam sobre a UE e
sobre as suas ideias para melhorar o seu funcionamento.
Mesmo para os que consideram
que o período de campanha eleitoral não será o mais adequado para o debate de
ideias – resta saber qual será ele então – esta está ser mais uma campanha de “casos”
com o centro das atenções a ser invariavelmente focada na política interna e
não na dimensão europeia como seria de exigir. Digo exigir porque também o
eleitorado continua a primar por nada exigir dos candidatos e dos seus
principais apoiantes. Nem intenções ou ideias, por mais vagas que fossem,
parecem motivar ou interessar eleitores e candidatos, que nesta mansa bonomia
continuam a facilitar a tarefa de quantos se apostam no esfrangalhamento do
projecto europeu.
Assim, pouco faltará
para recordarmos, pelas piores razões, aquela estrofe de Chico Buarque de Hollanda;
Foi
bonita a festa, pá
Fiquei contente
[...]
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
n'algum canto de jardim
Fiquei contente
[...]
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
n'algum canto de jardim
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