As notícias
dos últimos dias em torno da questão da aplicação de sanções por défice
excessivo, nomeadamente ao ser conhecido que o «PPE
pediu “força máxima” nas sanções a Portugal», continuam a evidenciar a transformação
da UE num centro de pressão política que voga ao sabor doutros interesses que
não os dos povos europeus.
Depois de nos
últimos dias as notícias em torno da questão da aplicação de sanções por défice
excessivo terem variado entre as hipóteses em que «Bruxelas
está a considerar a possibilidade de sanções para Portugal e Espanha» ou a
de que a «Violação
do limite do défice pode não dar sanções», eis que saiu hoje a decisão onde
«Bruxelas
exige mais medidas para reduzir défice e adia sanções até Julho»... como se
o desrespeito pela meta do défice não se reportasse a 2015 ou se esta tivesse a
primeira e única vez em que um qualquer estado-membro tivesse incumprido aquela
meta.
O estrabismo
político dos dirigentes europeus está a atingir dimensões perigosas – clara afronta
ao princípio do respeito e da igualdade entre estados – a ponto de até os
correlegionários nacionais do PPE («Passos
e Maria Luís contra sanções da UE») terem manifestado oposição a semelhante
ideia, se é que não o fizeram por mero tacticismo, pois o sancionamento
representa uma clara declaração de fracasso da política que estes aplicaram por
imposição dos “amigos” de Bruxelas.
Adiando a
decisão para data posterior às eleições espanholas, a nomenklatura comunitária
volta a repetir a mesma táctica que usou contra Atenas e da qual resultou uma
vitória eleitoral do Syriza; será que esperam ver agora um resultado diferente ou
são apenas genuinamente incompetentes para compreender que pouco a pouco os
povos se vão revoltando contra os diktats neoliberais?
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