terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A ÚLTIMA DE BUSH?

De acordo com esta peça publicada pela ABC World News, o ainda presidente dos EUA afirmou que sairá da Casa Branca de cabeça erguida…

Mas a pérolas derramadas pelo personagem não se ficaram por aqui e assegurou que a coisa que mais lamenta durante os oito anos que ocupou a Casa Branca, foi ter acreditado na informação incorrecta dos serviços de informações sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, para concluir dizendo que «acho que não estava preparado para a guerra».

Afirmação que não o impediu de formular o desejo de vir a ser recordado como o libertador do Iraque.

Embora se tenha confessado mal preparado para a guerra, o mesmo não parece pensar relativamente à crise que o seu país atravessa (e obriga todo o Mundo a atravessar), pois entende que o TARP (Troubled Assets Relief Program ou Plano Paulson) está a resultar e que o seu governo tomou os primeiros passos decisivos para levar a economia a recuperar de uma situação para a qual não contribuiu; concretamente afirmou: «Sabe que sou o presidente neste momento, mas penso que quando a história deste período for escrita, as pessoas aperceber-se-ão que muitas das decisões que foram tomadas em Wall Street tiveram lugar décadas atrás[1], antes de eu ter chegado à presidência «…» as pessoas dirão que esta administração se esforçou para criar uma regulação. Haverá muitas apreciações do porquê disso não ter acontecido. Desconfio que muita gente concluirá que se não ocorreu foi por razões políticas».

Enquanto a Primeira-dama aproveitou a sua oportunidade para dizer que acha que o país está agradecido à liderança do marido e que «acho que eles pensam que ele foi alguém que os salvaguardou durante oito anos «…» e ouço em todas as ocasiões pessoas agradecerem-me e pedirem-me para lhe agradecer», George W Bush afirmou, em jeito de conclusão, que na despedida dirá ao seu sucessor: «Se puder ajudar, avise-me!».

Mesmo sendo verdade que presunção e água benta cada um toma a quer, é difícil ler este arrazoado de vulgaridades, frases feitas e mentiras sem lamentar mais uma vez a existência de semelhante personagem. Ainda se ele fosse o único…
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[1] Estará George W Bush a referir-se ao Financial Services Modernization Act , acto legislativo promulgado ao tempo de Bill Clinton e que derrogando o Glass-Steagall Act, que interditava aos bancos o exercício simultâneo das actividades de banco de investimento, de banco comercial e a oferta de serviços de seguros, abriu caminho a uma ainda maior desregulamentação na actividade bancária? ou a frase é uma mera desculpa que por acaso pode ter aquela leitura?

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