terça-feira, 4 de março de 2014

EURO-REFORMA

Assim como se fosse uma grande novidade, informava ontem o I que a «Europa continua muito pior do que antes da crise de 2008», conclusão que teria resultado dum debate que decorrera recentemente em Bruxelas e contara com a presença do candidato dos Liberais e Democratas (ALDE) à Presidência da Comissão Europeia, Guy Verhofstadt, do comissário europeu do Emprego, László Andor, do presidente do Conselho Alemão de Especialistas Económicos, Christoph Schmidt, e de Zsolt Darvas, investigador sénior no Centro de Estudos Bruegel.

Como se não bastasse o facto do debate (o primeiro dum ciclo de conferências sob o tema genérico da Euro-reforma) ter ocorrido no dia 29 de Janeiro, há mais de um mês, a própria conclusão só poderá constituir novidade para quem ignore estoicamente a realidade europeia.

Ainda que a aparente homogeneidade entre os participantes (quase todos enfileirados na predominante corrente neoliberal, da qual o único que sai um pouco fora da linha poderá ser o húngaro Zsolt Darvas) pudesse sugerir outra linha de conclusão, o que ressaltará é a crescente dificuldade em negar as evidências, algo que já se começara a fazer sentir com o aparecimento dos primeiros avisos para o expectável prolongamento dum clima recessivo no cenário europeu e em especial nos países do Sul da Europa e que o ex-primeiro ministro belga, Guy Verhofstadt, comparou com um “inverno económico” do tipo japonês (país que ainda não logrou recuperar integralmente desde a crise despoletada no final do século XX).


De importante ressalta, afinal, a informação que na Europa se debate a necessidade e a forma de reformar a União e a sua moeda enquanto em Portugal se insiste no discurso da ausência de alternativas e se assiste ao regresso do Relvas.

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