Assim como se
fosse uma grande novidade, informava ontem o I que a «Europa
continua muito pior do que antes da crise de 2008», conclusão que teria
resultado dum debate que decorrera recentemente em Bruxelas e contara com a presença
do candidato dos Liberais e Democratas (ALDE) à Presidência da Comissão
Europeia, Guy Verhofstadt, do comissário europeu do Emprego, László Andor, do presidente
do Conselho Alemão de Especialistas Económicos, Christoph Schmidt, e de Zsolt
Darvas, investigador sénior no Centro de Estudos Bruegel.
Como se não
bastasse o facto do debate (o primeiro dum ciclo de conferências sob o tema
genérico da Euro-reforma) ter ocorrido no dia 29 de Janeiro, há mais de um mês,
a própria conclusão só poderá constituir novidade para quem ignore estoicamente
a realidade europeia.
Ainda que a
aparente homogeneidade entre os participantes (quase todos enfileirados na
predominante corrente neoliberal, da qual o único que sai um pouco fora da
linha poderá ser o húngaro Zsolt Darvas) pudesse sugerir
outra linha de conclusão, o que ressaltará é a crescente dificuldade em negar
as evidências, algo que já se começara a fazer sentir com o aparecimento dos
primeiros avisos para o expectável prolongamento dum clima recessivo no cenário
europeu e em especial nos países do Sul da Europa e que o ex-primeiro ministro
belga, Guy Verhofstadt, comparou com um “inverno económico” do tipo japonês
(país que ainda não logrou recuperar integralmente desde a crise despoletada no
final do século XX).
De importante
ressalta, afinal, a informação que na Europa se debate a necessidade e a forma de
reformar a União e a sua moeda enquanto em Portugal se insiste no discurso da
ausência de alternativas e se assiste ao regresso do Relvas.
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