Ontem o próprio presidente da CIP, Francisco van Zeller, veio a público denunciar o que diz ser uma campanha orquestrada pelo ministro Mário Lino contra a solução que a sua corporação apresentou. Verdade ou não o que é facto é que nos últimos dias foi dada a conhecer a posição da RAVE sobre a opção Alcochete para a instalação do NAL e esta pronuncia-se contra a solução da construção de uma ligação Beato-Montijo e a favor da Chelas-Barreiro.
Enquanto se vão divulgando paulatinamente algumas questões em torno das duas grandes opções até agora apresentadas, Ota ou Alcochete, e os respectivos paladinos vão esgrimindo argumentos e contra-argumentos, continuamos à espera de ver respondida a questão essencial em torno da construção do NAL – PRECISAREMOS MESMO DE UM NOVO AEROPORTO?
Para todos os efeitos ainda não terá sido produzido nenhum estudo actualizado sobre o futuro do transporte aéreo tendo em conta variáveis actuais como o preço dos combustíveis e a influência da entrada em funcionamento de ligações ferroviárias de alta velocidade; a título de exemplo recordo que na vizinha Espanha após a instalação de uma linha de Alta Velocidade ligando Sevilha a Madrid se registou uma significativa inflexão no uso das diferentes alternativas de transporte que o gráfico documenta.
Porque mais importante que os ganhos que alguns sectores da economia poderão obter da construção do NAL é avaliar os custos reais associados a um projecto que por ausência de adequado planeamento e real necessidade mais não servirá que para aumentar os ganhos do usual grupo de especuladores que há muito já iniciaram a “corrida aos melhores lugares”.
Por isso, desde a primeira hora que defendo a indispensabilidade do estudo da opção zero como ponto de partida para a decisão de construção do NAL, que caso se justifique terá ainda que ser comparado com uma terceira opção já referida, mas ainda não estudada, a chamada Portela+1.
Só depois de todas estas opções avaliadas é que os decisores políticos poderão afirmar estar na posse da informação mínima para a tomada de decisão. Sem estarem cumpridas estas etapas a decisão, qualquer que ela seja, não deixará de ser ditada por outros interesses que obviamente não serão os da maioria da população portuguesa.
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