segunda-feira, 11 de setembro de 2006

NINE ELEVEN[1] - PARTE I

OS ACONTECIMENTOS

Cumprem-se hoje 5 anos sobre a data que para muita gente representa uma viragem no curso da história mundial [2]. De acordo com aquilo que nos foi dado assistir quase em directo pelos diversos canais de televisão, dois aviões comerciais embateram contra os dois edifícios mais altos da cidade americana de Nova Iorque.

Para milhões de telespectadores que, como eu, puderam assistir em directo ao embate do segundo avião contra o World Trade Center, de pronto abandonaram a hipótese de se encontrarem perante um lamentável acidente aéreo. As mais diversas hipóteses começaram desde logo a ser equacionadas, culminando numa relativamente rápida acusação contra uma rede terrorista liderada por Ossama Bin Laden.

O estupor generalizado e a brutalidade das imagens difundidas até à exaustão tolheram toda a gente de surpresa, a ponto de no dia seguinte o jornal francês LE MONDE ter titulado a toda a largura da sua primeira página «Hoje somos todos americanos», frase que em boa medida sintetizava o horror e o repúdio geral por um atentado que ceifara a vida de cerca de três mil pessoas. Com a passagem dos dias e a progressiva análise cuidada ao que se passara, algumas contradições começaram a tornar-se evidentes e a surgirem as primeiras dúvidas. Enquanto a generalidade da imprensa mundial continuava a apresentar relatos de sobreviventes, testemunhas e responsáveis governamentais norte-americanos, começaram a ouvir-se as primeiras vozes a colocarem questões de particular pertinência em torno das notícias que tinham surgido.

A TESE OFICIAL

Segundo fontes oficiais da administração norte-americana, o que aconteceu em 11 de Setembro foi a consumação de uma acção terrorista, organizada pela Al-Qaeda (grupo islâmico liderado por Ossama Bin Laden, que já havia sido responsabilizado por anteriores atentados contra interesses norte-americanos - caso do atentado contra o US Cole, navio da armada americana na altura estacionado em águas do Médio Oriente, e contra a embaixada americana em Nairobi - e era julgado capaz da organização de uma acção de tal envergadura) que consistiu no desvio de aviões comerciais e no seu posterior embate contra o World Trade Center e o edifício do Pentágono. Dos aparelhos desviados pelo comando suicida apenas um teria sido impedido de atingir o seu objectivo, a Casa Branca, por se ter despenhado antes de o alcançar.

AS PRIMEIRAS DÚVIDAS

Os modernos meios de comunicação permitiram que nas horas que sucederam aos atentados tenham proliferado as reportagens televisivas e jornalísticas junto dos locais atingidos e/ou alvos potenciais, recolhendo-se centenas de declarações de testemunhas que se viriam a revelar contraditórias sobre o acontecimento. Assim, enquanto as companhias aéreas rectificavam as primeiras listas de passageiros dos voos desviados (as primeiras não continham referência a qualquer passageiro de nacionalidade ou ascendência árabe, nem as listas de vítimas publicada pela CNN), especialistas na luta antiterrorista surgiam a enquadrar a acção e o respectivo “modus operandi” na tipologia e padrão da Al-Qaeda.

Enquanto o mundo ainda não recuperara do choque do acontecido, a administração de George W. Bush já partia para o contra-ataque e fixava como objectivo principal a captura e julgamento de Bin Laden, que os serviços de espionagem davam como refugiado no Afeganistão. Daí à invasão daquele país oriental foi um mero passo e após uma rápida deliberação do Conselho Geral da ONU e beneficiando do generalizado apoio mundial, os EUA iniciam no dia 7 de Outubro de 2001 a acção militar.

Quase em simultâneo (8 de Outubro de 2001) surge uma primeira referência na Internet, na página do RÉSEAU VOLTAIRE, ao avolumar de dúvidas sobre as ocorrências no dia 11 de Setembro, num texto intitulado «Les mystères de l'attentat contre le Pentagone». As primeiras dúvidas vão-se tornando cada vez mais consistentes há medida que a informação se vai avolumando e a documentação, nomeadamente a fotográfica, vai surgindo e sendo analisada. No dia 10 de Fevereiro de 2002, no sítio Internet L’ASILE UTOPIQUE é publicado «Le jeu des 7 erreurs», que mediante a apresentação de diversos documentos fotográficos coloca sete importantes questões em torno do atentado contra o Pentágono.

Cerca de um mês depois é publicado em França o livro «L'Effroyable imposture» no qual Thierry Meyssan resume frontalmente a investigação efectuada: Nenhum avião caiu sobre o Pentágono!

A obra, rapidamente traduzida em várias línguas (entre as quais português), suscita um crescente interesse a ponto de ter sido criado um sítio na Internet (effroyable-imposture.net) que disponibiliza a base documentária utilizada na sua elaboração. Como abordagem polémica que é, a primeira reacção da imprensa foi a de criticar a investigação de forma frontal, reduzindo-a à categoria de mentira e classificando-a como revisionista. A este primeiro trabalho seguir-se-ia um segundo, O PENTAGATE (também editado em Portugal), no qual é analisado em maior detalhe o “ataque” ao Pentágono.

Ao longo do tempo, a consistência das dúvidas e a ausência de respostas eficazes e credíveis da administração norte-americana conduziram ao aumento do número de investigadores e à constituição de grupos de pesquisa dos quais se destacam além do RÉSEAU VOLTAIRE, grupo de origem francesa já referido, o CENTRE FOR RESEARCH ON GLOBALISATION (CRG), de origem canadiana, e o SCHOLARS FOR 9/11 TRUTH, organização de origem norte-americana que congrega professores universitários, investigadores e estudantes universitários de diferentes nacionalidades; estes grupos, a par de muitas outras personalidades, não têm parado de questionar quer as explicações oficiais fornecidas pela Casa Branca quer a sua incongruência ou até a sua completa ausência.

O PENTAGATE

As muitas evidências acumuladas para duvidar da interpretação oficial do 11 de Setembro podem ser resumidas da seguinte forma:

  1. as imagens recolhidas do edifício do Pentágono não evidenciam os estragos esperados do embate de um avião comercial com as dimensões e peso de um Boeing 757. Este aparelho tem um peso vazio superior a 59 ton, uma envergadura de 38 m, um comprimento de 47,3 m e uma altura de cauda de 13,6 m.

  1. os estragos provocados numa ala do Pentágono que se encontrava em obras evidenciam que apenas a fuselagem do Boeing poderia ter atingido o edifício. Se assim tivesse sido os estragos no relvado exterior teriam que ser evidentes e os destroços abundantes. Curiosamente nada no relvado evidencia a violência expectável do embate de um avião, não foram encontrados nenhum dos motores do 757 (que pesam mais de 6 ton cada), destroços das asas ou da cauda, nenhuma das caixas negras, nenhum corpo ou bagagens dos passageiros.

  1. as imagens reveladas pelo governo não evidenciam em momento algum a presença de um aparelho com a envergadura de um 757 e a explosão registada (um vermelho alaranjado e no sentido ascendente, característico de uma detonação) é totalmente diversa das que ocorreram nos embates contra o World Trade Center (cor amarelo escuro e propagando-se no sentido descendente, característico da deflagração de hidrocarbonetos).

Estas imagens terão sido recolhidas de uma câmara de um parque de estacionamento vizinho, mas a que melhor poderiam ilustrar o acontecimento seriam as das câmaras de vigilância de um hotel próximo, que o FBI recolheu de imediato, mas que nunca foram reveladas ao público. Mesmo as divulgadas em momento algum permitem visualizar um Boeing 757 voando a alta velocidade e a rasar o solo, manobra particularmente delicada para um piloto experimentado (tanto mais que àquela altitude o trem de aterragem desceria automaticamente, dificultando ainda mais a manobra) quanto mais para um “terrorista” sem experiência de voo.

A estas primeiras dúvidas procurou o governo americano responder com uma teoria desenvolvida por uma equipa multidisciplinar da Universidade de Purdue (Indiana), segundo a qual teria sido a resistência dos pilares do edifício do Pentágono a provocar o “encolhimento” das asas do 757.

Esqueceram aqueles “técnicos” que o Pentágono é um edifício com paredes (a destruição evidenciada pelas primeiras fotografias após o impacto mostram danos menores e concentrados numa frente de meia dúzia de metros) e que se asas de uma avião são relativamente frágeis, já os dois reactores do Boeing 757 são estruturas particularmente sólidas e com um apreciável peso unitário de meia dúzia de toneladas, mesmo que fossem esmagadas teriam que existir os respectivos destroços uma vez que o incêndio que se seguiu não durou tempo suficiente para ter provocado a “evaporação” do metal.

A ausência de respostas claras foi justificando novas e sucessivas dúvidas a propósito dos “atentados”. A primeira, e talvez, uma das mais graves é: se há evidência nenhum avião embateu contra o Pentágono então o que o atingiu? A segunda é: o que sucedeu ao voo da American Airlines que não embateu no Pentágono e aos seus ocupantes?

As características do “ataque” ao Pentágono assemelham-se em tudo aos estragos atribuíveis à utilização de um míssil, do tipo Tomahawk, concebido para voar a muito baixa altitude. Aliás, sabendo-se que o Pentágono, tal como muitos outros edifícios estratégicos americanos, se encontra protegido por sistemas automáticos de defesa anti-aérea (mísseis terra-ar) penas uma aeronave identificada como “não hostil” poderia ter penetrado aquele espaço aéreo sem ter sido alvo de qualquer medida automática de defesa.


[1] Forma abreviada, tipicamente americana, usada para designar a data do 11 de Setembro de 2001

[2] No seu livro “FREE WORLD”, Timothy Garton Ash defende outro “nove onze” (o 9 de Novembro de 1989, data da queda do Muro de Berlim) como a verdadeira data de viragem



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